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O CORAÇÃO QUE ORA......






" Arai o campo de pousio; porque é tempo de buscar ao Senhor, até que ele venha, e chova a justiça sobre vós" ( Oséias 10.12 )



O campo de pousio, significa uma terra dura, uma terra não cultivada; enquanto não é arado nos parece sugerir um estado de complacência e de permanência, como se sempre tivesse estado nessa condição estéril e não houvesse nenhuma probabilidade de ser diferente. Entretanto, quando o arado faz seu trabalho, que aspecto diferente nos apresenta ! É verdade, ainda é estéril, mas em vez de mostrar um ar de complacência, vê- se agora um ar de expectativa, de esperança, de desejo. Antes o campo endurecido conservava a umidade e não tinha necessidade ou desejo de chuva. Assim, a ligação entre arar o campo de pousio e buscar o Senhor é clara. Só um coração profundamente arado pode produzir o tipo de oração que prevalece com Deus e traz avivamento.

Assim era o coração de Neemias, em plena harmonia com o coração do Eterno, batendo em sintonia com o pulso celestial. Desde o primeiro capítulo do seu livro, quando ele recebe a notícia, lá do distante cativeiro, contando as desolações de Sião, o coração desse homem de Deus é desnudado para nós. " Os restantes, que não foram levados para exílio e se acham lá na província, estão em grande miséria e desprezo; os muros se Jerusalém estão derribados, e as suas portas, queimadas " ( Ne 1.3 ). Esta foi a situação que gerou tal encargo para orar no coração de Neemias.

Visão da necessidade

Essencial para uma intercessão poderosa, capaz de trazer avivamento, é uma visão clara da necessidade. O que foi que comoveu tão profundamente este homem de Deus ?
 
 Em primeiro lugar, foi o fato do povo de Deus estar " em grande aflição e opróbio ". Ele viu " Icabode " escrita sobre toda a nação: " foi-se a glória de Israel " ( 1 Sm 4.21 ). As pessoas que tinham sido tão poderosamente libertas pela mão estendida de Deus estavam novamente na escravidão.
 
No passado, as nações as viam como um povo glorioso, poderoso e livre, mas depois foram vergonhosamente rebaixadas. Esse era o estigma que Neemias continuamente enfrentava ao iniciar o trabalho para restaurar o povo à posição desejada por Deus.
 
" Zombaram de nós, e nos desprezaram " ( Ne 2.19 ); " Que fazem estes fracos judeus ?" ( 4.2 ); " Ouve, ó nosso Deus, pois estamos sendo desprezados; caia o seu opróbio sobre a cabeça deles " ( 4.4 ). Uma vez que eles eram o povo de Deus e chamados pelo seu nome, a vergonha deles era a vergonha para Deus. A glória de Deus estava envolvida. Esta é a situação hoje. Deus tem ciúme pelo seu grande nome porque a sua igreja, que deveria ser " formosa como a lua, pura como o sol, formidável como um exército com bandeiras " ( Ct 6.10 ), está, muitas vezes, em cativeiro e aflição, motivo de escárnio e chacota de todo mundo.
 
Em segundo lugar, Neemias visualizou " os muros de Jerusalém derribados ". O muro era a linha de demarcação que separava os que eram de dentro daqueles de fora. Uma cidade sem muros estava indefesa, uma presa fácil para qualquer inimigo saqueador. Em grande medida, hoje as muralhas da cidade estão destruídas, a igreja perdeu sua marca de separação e suas defesas sumiram, deixando-a vulnerável aos ataques de satanás.
 
Por fim, " as suas portas, queimadas ". Os portões eram a chave para o controle de toda cidade.
Nos portões ficavam os magistrados da cidade, os anciãos, os nobres e os juízes ( Dt 22.15; Jó 29.7-10; Pv 31.23 ). Quando os portões eram queimados, a autoridade e o governo da cidade desmoronavam e as pessoas eram subjugadas por inimigos. Nos dias da igreja primitiva " as portas da cidade " estavam intactas. O povo de Deus sabia que tinham autoridade no nome de Jesus  e a utilizavam plenamente na pregação, na oração e no trabalho. Quão raramente essa autoridade e poder são exercidos hoje! São poucos aqueles de quem se possa dizer com verdade: " Não será envergonhado, quando pleitear com os inimigos à porta " ( Sl 127.5 ).

Antes que se possa ver quais são realmente as potencialidades do momento, precisamos receber uma visão da necessidade. Poucos  se dispõem  a encarar os fatos; o estado da igreja em geral é tão semelhante à condição de seus próprios corações que as pessoas se tornam insensíveis  à necessidade que existe em ambos.

A necessidade da hora é de homens de calibre,  como  Neemias, para tocarem a trombeta em Sião e soarem um alarme no monte santo de Deus, a fim de abrir nossos olhos para que possamos ver " a miséria em que estamos, Jerusalém assolada, e suas portas queimadas ", e trazer o desafio:
" Vinde, pois, reedifiquemos os muros e Jerusalém e deixemos de ser opróbrio " ( Ne 2.17 )

Lindo fim de semana.

Abraços,
Luiz Silva

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